"É, é... Pode dar certo." - Ela pensou enquanto encarava a folha de papel em branco.
Molhou o pincel na água, depois na tinta e ficou observando o modo aquela água colorida do pincel se espalhava pelo papel.
Nos tons de azul ela pode ver o céu repleto de estrelas.
No vermelho imaginou o calor do sol beijando o ar.
No amarelo viu o mesmo sol se despedindo das pessoas na rua.
Sorriu quando viu o degradê que imitava o pôr-do-sol espalhado pela folha de papel que antes parecia sem vida, de tão branca. Agora possuía tantas cores que podia imitar o céu.
Com o pincel quadrado invadiu todas aquelas cores com o tom escuro da sombra que os prédios faziam. Seu rosto se iluminou com todas as luzes que vieram em branco, depois, em contraste com a tinta preta.
Olhou para a obra completa e concluiu que não tinha técnica, nem nenhuma característica marcante de seu traço, ou sequer causava surpresa... Mas era SEU pôr-do-sol. Em azul de céu estrelado, vermelho de calor e amarelo cor de sol. Cheio de carinho e dedicação, temperado com uma vontade enorme de pintar.